A coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada
Janete Pietá, espera que a bancada feminina no Congresso dê um suporte importante para que a nova presidente consiga enfrentar as fortes pressões dos setores “mais conservadores” da sociedade.

A deputada avalia que a eleição de uma mulher para a Presidência da República deverá contribuir para ampliar a participação das mulheres no poder. Ela lembra que a presidente eleita,
Dilma Rousseff, começou o primeiro discurso após a eleição com o compromisso de honrar todas as mulheres brasileiras.
“A partir de agora, vamos ter para as crianças e a juventude uma referência que nunca antes houve no Brasil, que é uma mulher na Presidência, assim como Lula foi a primeira referência – e que deu certo – de um trabalhador no governo”, diz Pietá.
O cientista político
José Donizete, da Universidade de Brasília (UnB), também acredita que o governo de Dilma Rousseff será importante para mudar o quadro de pouca representação política das mulheres brasileiras. Ele acredita que Dilma dará cargos importantes a mulheres, inclusive em ministérios.
Primeiro compromissoAo discursar após a eleição, Dilma disse que seu primeiro compromisso é “honrar as mulheres brasileiras, para que este fato [a eleição de uma mulher], até hoje inédito, se transforme num evento natural (…), que possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas da sociedade”.
“A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: Sim, a mulher pode”, afirmou.
Para a integrante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea)
Guacira de Oliveira, a vitória de Dilma é um sinal importante de que a sociedade brasileira mudou. “A gente espera que o compromisso que ela colocou se reflita em medidas mais ousadas”, disse.
Guacira lembra que as cotas para mulheres nas eleições não é respeitada pelos partidos e lamenta que não haja punição. “Existe uma resistência muito grande a ser enfrentada quando a questão é a desigualdade vivida pelas mulheres dentro dos espaços de poder”, completa.
Pela lei, pelo menos 30% das vagas de candidatos de cada partido a vereador, deputado estadual e deputado federal devem ser preenchidas por mulheres.
Agência Câmara
Foto: Rodolfo Stuckert/Agência Câmara